Três fintechs estão na lista de startups com maior potencial para se tornarem os próximos unicórnios brasileiros –empresas tecnológicas de capital fechado avaliadas em pelo menos US$ 1 bilhão. As demais atuam em marketing, varejo, mobilidade, logística e saúde, segundo levantamento da Distrito, consultoria da área de inovação.
São elas: Conta Azul, fintech que oferece gestão financeira para pequenas e médias empresas, a Creditas, da área crédito com garantia imobiliária ou automotiva, e a Neon, startup de pagamentos, contas, investimento.
O Brasil tem hoje nove empresas consideradas unicórnios “puro sangue”. Ebanx e NuBank, do setor financeiro, são duas delas. Entre as chamadas startups bilionárias, de capital aberto, já são três por aqui: PagSeguro, Arco e Stone.
Até 2018 não havia um único unicórnio brasileiro, mas, dois anos depois, surgiram nove, destaca Daniel Quandt, que coordena a área de pesquisa de mercado e inteligência de dados da consultora de inovação Distrito, que mapeia as candidatas.
Expandir globalmente é o caminho de empresas que amadurecem seus negócios. O Nubank, por exemplo, anunciou expansão para o México, ao lançar um cartão de crédito internacional sem anuidade. Em breve, chegará à Argentina. Em 2019, também captou US$ 400 milhões de investimento e se tornou o primeiro “decacórnio” brasileiro – a empresa está avaliada em US$ 10,4 bilhões.
No plano de expansão, o Nubank comprou a desenvolvedora de produtos digitais Plataformatec, sua primeira aquisição, em um movimento semelhante ao feito pelo Itaú Unibanco com a empresa Zup.
“Para se consolidar no mercado global como um virtual celeiro de unicórnios, mesmo no momento pós-pandemia, o Brasil precisa ter os três pontos basilares: função social, tecnologia e comunicação eficaz com investidores”, diz o economista e advogado José Alberto Machado Neto, coordenador jurídico da Mendes Matias Martins Advogados e Consultores.
Certamente o momento brasileiro é oportuno e inédito na história, pois conta com uma agenda focada no incentivo ao investimento privado e está voltado às proteções de dados pessoais, o que torna os negócios mais estáveis e seguros. “A economia digital tem uma particularidade que é a velocidade de sua operação, crescimento e maturidade tecnológica. As startups lidam com muitos dados como matéria prima e para expansão dos seus negócios e isso deverá estar no centro das atenções com a consolidação da LGPD”, conclui o Machado Neto, que é especialista em direito digital.